FATOS ECONÔMICOS DO DIA-A-DIA

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quarta-feira, 18 de junho de 2008

O TRÂNSITO DA CIDADE DE SÃO PAULO parte I

Diariamente somos incomodados pelo trânsito na cidade de São Paulo. Entre os vários aspectos desagradáveis do trânsito, o principal é o preço que ele nos cobra: o tempo que perdemos. É neste sentido que iremos analisar o problema.
Há algo de errado neste mercado... Ineficiência? Parece claro que sim.
Usando ferramentas microeconômicas, ineficiências em mercados ocorrem devido a quatro razões básicas:

Poder de Mercado, Informação Incompleta, Externalidades e Bens Públicos
.

Será que algum destes casos se aplicam? Vamos ver...
1. Poder de Mercado: apesar de existir pois há apenas um ofertante – a prefeitura - a ineficiência não está associada a um abuso do poder de mercado. A prefeitura não age como um monopolista no sentido de querer maximizar seu lucro.
2. Informação Incompleta: há parcialmente pois os consumidores não sabem exatamente a situação do trânsito no momento de definição de seu roteiro. Esta deficiência deve ser corrigida já que hoje a tecnologia e os meios de comunicação permitem uma solução pela prefeitura. Esta iniciativa irá atenuar as conseqüências mas não eliminá-las.
3. Externalidades: existem mas estão associadas à poluição do ar, sonora e visual. A perda de tempo devido ao trânsito não pode ser classificada como externalidade pois é um reflexo do problema dentro do próprio mercado (não é externo a ele).
4. Bens Públicos: Apesar de ser oferecido por uma entidade pública, a prefeitura, este bem ou serviço - vias públicas desimpedidas - não pode ser classificado como Bens Públicos pois estes caracterizam-se por: não-rivalidade e não-exclusividade. Uma mercadoria é não-rival quando o custo marginal da sua produção é zero para um consumidor adicional o que pode até ser o caso para os momentos quando as vias públicas estão desimpedidas. Uma mercadoria é não-exclusiva quando as pessoas não podem ser excluídas do seu consumo. Fica claro pelo rodízio de veículos que este caso não é de um típico bem público. Caso típico de bens públicos é a defesa nacional.
Portanto este mercado deve ser interpretado como um mercado monopolista de um bem essencial que apresenta um excesso de demanda e assimetria de informações.
Este será o sentido da análise para um próximo texto.

Bibliografia

  • INTRODUÇÃO À ECONOMETRIA - Gujarati, M.
  • MACROECONOMIA - Mankiw, N. G.
  • MATEMÁTICA PARA ECONOMISTAS - Chiang, A. C.
  • MICROECONOMIA - Pindick, R. e Rubenfeld, D.

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